
A crise climática traz ameaças que vão além do calor: radiação UV, fumaça de queimadas, vetores de doenças como dengue e malária, uso intensificado de agrotóxicos e impactos emocionais de desastres naturais.
Em 2025, o Brasil ultrapassou um milhão de casos de dengue, e estudos mostram que áreas antes seguras já enfrentam surtos de malária. Esses vetores chegam às rotinas dos trabalhadores, que podem ver sua jornada interrompida por doenças, afastamento e até mesmo óbitos.
Outro vetor de risco vem do ar. A fumaça de incêndios, sazonalmente intensificados por conta da seca, atravessam estados e atingem cidades, aumentando casos de internações por problemas respiratórios e cardiovasculares. Isso afeta diretamente trabalhadores rurais, motoristas, bombeiros, equipes de saneamento e profissionais de limpeza urbana e evidencia que a fumaça não é apenas um desconforto: é um risco ocupacional real e mensurável.
Ao mesmo tempo, mudanças na sazonalidade agrícola, maior exposição solar e traumas pós-enchentes e deslizamentos ampliam riscos físicos e psicossociais, afetam desempenho e geram absenteísmo e insegurança coletiva.
Como se preparar:
- integrar vigilância epidemiológica às rotinas de SST;
- eliminar criadouros de vetores;
- monitorar qualidade do ar;
- oferecer máscaras e refúgios;
- reforçar uso seguro de químicos;
- incluir riscos biológicos e mentais no PGR;
- prever proteção em contratos com fornecedores.
Leia o primeiro artigo da série especial COP30: Quando o calor vira risco: a mudança climática no ambiente de trabalho