De 10 a 21 de novembro, Belém sedia a COP30, evento global no qual saúde e trabalho terão espaço central. A expectativa é que sejam definidos compromissos concretos em adaptação climática, incluindo fundos, guias operacionais e critérios de risco ocupacional para projetos financiáveis que protejam os trabalhadores dos efeitos da crise climática.
A pauta já ganhou força em 2023, quando mais de 120 países assinaram a Declaração Clima-Saúde e anunciaram US$ 1 bilhão em investimentos. Agora, no Brasil, espera-se que o debate avance de promessas para ações regulatórias ligadas às mudanças climáticas – que deixou de ser apenas uma pauta ambiental para tornar-se também uma pauta trabalhista, econômica e social. Ignorar essa conexão pode custar caro, seja em produtividade, em processos judiciais ou em reputação.
Checklist estratégico:
- incluir riscos climáticos no PGR;
- criar projetos-piloto de adaptação da infraestrutura da empresa às mudanças climáticas (ventilação, resfriamento, instalação de telas e filtros);
- integrar SST à métricas de ESG e de desempenho (KPIs mensuráveis: dias perdidos por estresse térmico; porcentagem de equipe com treinamento; número de pontos de hidratação/abrigo instalados no ambiente de trabalho);
- negociar cláusulas protetivas com sindicatos (pausas remuneradas, revezamento e proteção de terceirizados/temporários);
- montar dossiês de compliance climático.
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Quando o calor vira risco: a mudança climática no ambiente de trabalho