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Epidemia de burnout: como as empresas devem agir?

23 de maio de 2025

Crise de saúde mental no trabalho (também conhecido como burnout). É dessa forma que especialistas estão definindo uma nova realidade que causa impacto direto na vida de trabalhadores e de empresas. Afinal, dados do Ministério da Previdência Social mostram que, apenas em 2024, quase meio milhão de pessoas foram afastadas do trabalho, o maior número em ao menos uma década. Na comparação com o ano anterior, essas licenças médicas representam um aumento de 68%.

O Brasil é o segundo país no mundo com mais casos de burnout diagnosticados, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). São mais de 30% de trabalhadores que sofrem ou já sofreram com a síndrome, que resulta de um estresse crônico no trabalho e exaustão extrema.

Como ja se sabe, o impacto dos transtornos mentais no mercado de trabalho é gigantesco. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 12 bilhões de dias úteis sejam perdidos globalmente, todos os anos, devido à depressão e ansiedade. Isso representa uma perda de US$ 1 trilhão por ano. Esse cenário revela um amplo despreparo por parte das empresas para evitar tal problema.

Fatores que aumentam o risco de burnout

  • Carga de trabalho: sobrecarga de trabalho, com muitas tarefas para fazer, mas pouco tempo ou ferramentas para realizá-las;
  • Falta de controle: pouca autonomia em decisões do dia a dia;
  • Pouco reconhecimento: não receber reconhecimento ou recompensas por fazer algo bem-feito. O trabalhador se sente como uma engrenagem em um grande projeto, sem visibilidade do produto final;
  • Relações comprometidas: relações insustentáveis com supervisores, colegas e clientes, tornando difícil resolver problemas e criando um ambiente tóxico, onde há risco de ser intimidado;
  • Falta de justiça: passar por situações de discriminação e desigualdade ou encontrar barreiras para crescer profissionalmente;
  • Conflito de valores: ver pouco sentido no seu trabalho ou sentir um conflito ético diante dele.

O que as empresas podem fazer para mudar essa realidade?

  • Assegurar um ambiente de trabalho saudável nas dimensões física, mental e social;
  • Oferecer aos empregados atividades ligadas à saúde mental;
  • Evitar carga de trabalho excessiva, prazos irrealistas e metas inalcançáveis;
  • Prevenir situações de falta de apoio dos gestores e colegas;
  • Ativar códigos de ética de conduta em relação a assédios e desrespeito à dignidade da pessoa humana;
  • Atender prontamente as reclamações;
  • Organizar e manter documentação adequada sobre ocorrências extraordinárias de natureza psicossocial no trabalho;
  • Preparar os gestores para lidar com reclamações e trabalhar esse tema junto aos membros da CIPA;
  • Promover treinamentos continuados na área de SST, com ênfase nas síndromes psicossociais;
  • Manter atualizado o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) e o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho).

Contudo, para não depender apenas de iniciativas isoladas e também cobrar mais responsabilidade dos gestores, o governo federal vai atualizar a Norma Regulamentadora nº1 (NR-01), que apresenta as diretrizes de saúde no ambiente do trabalho. A normativa atualizada entra em vigor no dia 26 de maio.

A partir dessa data, as ações adotadas pelas empresas vão ser monitoradas pelo Ministério do Trabalho. Caso sejam encontrados episódios que justifiquem o adoecimento mental dos trabalhadores, pode ser aplicada uma multa (que varia entre R$ 500 a R$ 6 mil por cada situação). Além disso, o empregador terá um prazo para ajustar o formato de trabalho e evitar mais afastamentos.

Saiba mais sobre a nova NR-01.